quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O pregador e a mudança de vida


Dia 09 de outubro tive uma reunião para o Repic Jovem do ano que vem. A reunião foi na Sede da RCC. Estava acontecendo à oficina para pregadores lá também. Dentro de mim, senti uma vontade de permanecer depois da reunião do Repic.
Tenho um amor muito grande pelo ministério de pregação. Porém não pude permanecer. Não era oportuno e nem prudente. Não estava planejado a minha participação. Também tinha compromisso a tarde.
Porém fiquei a refletir sobre a vida de um pregador. Destas reflexões (será que sou filosofo?) lembrei de uma pessoa. Me lembrei de João Batista.
Sem dúvida alguma, João Batista foi um grande pregador. Além de ser parente de Jesus (Jesus e João Batista eram primos), João Batista levava uma vida que estava em contradição com a sociedade da época. Ele se vestia com roupas feitas de pêlos de camelo. Comia gafanhotos e mel silvestre. João não era um cara comum.
Mais do que suas vestimentas e alimentação, João tinha uma pregação forte. Ele foi o que preparou o caminho para Jesus. Em Mateus 3,1-2 está escrito:

“Naqueles dias, apareceu João Batista, pregando no deserto da Judéia. Dizia ele: Fazei penitência porque está próximo o Reino dos céus.”

A pregação de João Batista faz com que eu me depare com minha pregação. Como eu tenho pregado? Sei que o “como” pregar é importante, porém algo mais importante do que o “como”  é o “que” tenho pregado. “Como prego?” e “O que prego?” são perguntas essenciais para um pregador. João Batista teve uma pregação que reclama a conversão. Sem apelo a conversão, mudança de vida, não existe boas pregações e não existe crescimento do Reino.
Humanamente, somos focados na quantidade. Somos mestres em fazer as perguntas sobre quantidade: “Quantas pessoas foram no seu grupo de oração?”,  “Quantas pessoas estavam presentes no evento tal?” e etc... Porém, os líderes da Igreja, e em especial os pregadores, não estão ainda treinados em buscar a qualidade e não a quantidade. Até quando vamos ficar focados na quantidade e não na sinceridade e radicalidade das conversões? Embora seja um processo, a sabedoria dos santos, a Tradição da Igreja e a Palavra de Deus nos dá instrumentos para medir o quanto estamos convertidos ou não. Para isto serve os Mandamentos da Lei de Deus. Para isto serve os Mandamentos da Lei da Igreja. Para isto serve as virtudes teologais e cardeais.
Como um pregador que deseja ser mais perfeito a cada dia, peço ao Senhor que me dê uma pregação que seja centrada em Deus, pregando aquilo que Ele deseja. Que a cada dia, cada pregador queira atingir os corações de seus ouvintes com a sincera, perfeita, agradável e salutar verdade de Deus.
Que o pregador anuncie a graça de Deus e a mudança de vida. Que cada pregador possa dizer: “Meu irmão faça penitência pelos seus pecados. Meu irmão, alegra-te: está próximo o Reino dos céus.”

Glauber Silveira
Grupo de Oração Divina Misericórdia

Um comentário:

  1. Realmente, precisamos ficar mais atentos à qualidade da pregação. Acho que a pregação que ajuda a promover uma única conversão sincera gera mais impacto a longo prazo em uma comunidade do que aquela que atinge uma multidão de pessoas mas tem medo de ser sincera, autêntica e se guia pelo "respeito humano".

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