terça-feira, 30 de junho de 2015

Oração: O impulso do coração

Por Thaís Biffe Alves

Certo dia, ao fazer a leitura da Bíblia, deparo-me com a seguinte indagação: “Mas por que devo orar se Deus sabe dos anseios do meu coração? Se ele sabe o que me convém, por que devo pedir?”

Inquieta e convicta por uma resposta, fui em busca. Eis que Deus me respondeu através do Catecismo da Igreja Católica.

Quando falava-se em oração, logo vinha em minha mente o sentido de “pedir e agradecer”. Mas hoje meu coração deu um novo passo à compreensão do verdadeiro sentido da oração.

A oração não é só o querer e agradecer. A oração é conversa. Mas não a conversa que estamos habituados com nossos semelhantes. É a conversa do coração. Do nosso coração com o coração do Pai. A oração é o impulso do coração. Essa frase responde à indagação que sempre tive: “Como pedir? Se Jesus nos diz que pedimos mal?”. Ora, o coração humano, em sua criação, é autêntico em Deus, pois fomos criados à Sua imagem e semelhança. Aquilo que é autêntico em Deus não se reveste de inquietações, desejos e materialidades, verdadeiras corrupções à essência Criadora. Muito pelo O que é autêntico em Deus confia, espera, entrega-se. Quando nos entregamos a Deus, pedimos, mas nos deixamos conduzir pela vontade do Pai. Não temos mais a visão humana e precária de que o que pedimos É, definitivamente, o melhor para nós. E sem essa “venda”, permitimo-nos ouvir o que Deus tem a nos dizer. A prática constante da oração nos faz ser capazes de enxergar as inúmeras maravilhas que o Senhor faz em nossas vidas e a buscar incessantemente a concretização de Suas obras.
contrário.

A oração é isso. É essa troca. Falamos com Deus e Deus fala conosco. A oração nos estabelece de volta ao Pai, tira-nos das obscuridades do mundo e nos leva a um momento eterno de intimidade com o Pai. É um momento recíproco, pois, à medida que, através da oração, eu anseio por Deus, Deus anseia por mim. É Ele o primeiro a chamar o homem. Deus chama, pela criação, todo ser do nada à existência (Cat 2566, 2567).

A oração é a conversa do coração, lugar em que somos essência, atingível somente pelo Pai que se revela a nós e nos revela a nós mesmos. É o lugar do encontro. E se eu não estou presente nesse encontro, se não estou aberto a esse encontro, a oração se torna vaga, vazia e não há comunicação. Sem a entrega do coração não é possível a intimidade com Deus. E como é bela essa intimidade! É uma paz que circunda todo o nosso ser. É a sensação de que o céu realmente é azul e que os pássaros cantam uma canção diferente. A intimidade com Deus é a sensação de estar-se apaixonado constantemente. É um amor divino, diferente de tudo aquilo que já se viveu, que não abandona, que edifica e que transforma.

Por isso, busquemos incessantemente nos alimentar desse amor através da oração. É por meio dela que estaremos mais íntimos de Deus, mais atentos ao seu chamado e mais abertos ao seu amor; amor esse que nos move para nossa santificação, que nos sensibiliza a alma.



Thaís Biffi Alves, advogada, graduada pela Universdade Federal de Uberlândia. Atualmente reside em São José do Rio Preto/SP

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