terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

“Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda criação”

Primeiramente, gostaria de agradecer a Deus a escolha deste humilde servo da vinha do Senhor de permitir, de alguma forma ajudar na evangelização. Como já dizia o saudoso Papa Paulo VI, “aquele que contribui para a evangelização tem os mesmos méritos do evangelizador" (Evangelii Nuntiandi, 1975).

A carta aos Colossenses foi escrita quando Paulo estava preso em Éfeso (55-57 d.C.). Tal comunidade cristã foi fundada por Epafras, discípulo de Paulo (Cl 1,7; 4, 13).  Os cristãos de Colosso, provenientes do paganismo se viam ameaçados por poderes angélicos, forças cósmicas e outros seres intermediários entre Deus e o homem; tudo isso comprometida seriamente a pureza da fé cristã. Paulo mostra então que Cristo é o mediador único e universal entre Deus e o mundo criado; tudo se realiza por meio d’Ele, desde a criação até à salvação e reconciliação de todas as coisas. Deus colocou Jesus Cristo como Cabeça do universo.

Assim, o problema que Paulo enfrenta em Colossos não é a contraposição entre fé e incredulidade. Trata-se de uma questão que surge dentro da própria Igreja: distinguir entre o verdadeiro e o falso na interpretação da própria fé. É o que acontece muito nas denomiações protestantes desde a Reforma, no século XVI por Lutero, onde cada um interpreta a Sagrada Escritura a seu modo (Sola Scriptura), gerando ideias confusas que na maioria das vezes foge do contexto bíblico da época (II Pd 3, 16); devido a isso, contam-se mais de 27 mil denominações protestantes no mundo, segundo o missionário e fundador da Operação Mobilização (OM) George Verwer. (Ultimato, janeiro-fevereiro, 2007. p.16).

“Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda criação” (Cl 1, 15). Este versículo bíblico pode ser refletido juntamente com o Evangelho (Jo 1, 1-3), onde frisa que o Verbo (Logos) era Deus e Colossenses novamente evidencia que Cristo é a imagem do Deus invisível. Ora, ao olharmos no espelho vemos a nossa imagem e não pessoas diferentes, mutatis mutantis (da mesma forma), quando olhamos Deus, vemos o Cristo e vice-versa, pois são imagem, a mesma pessoa, consubstancial, conforme defendeu a Igreja no Concílio de Trento (credo Niceno-Constantinopolitano).

Contextualizando tal acontecimento, alguns séculos após, surgiram várias heresias (do latim haerĕsis, "escolha" ou "opção"). A heresia é a doutrina ou linha de pensamento contrária ou diferente de um credo ou sistema de um ou mais credos religiosos que pressuponha(m) um sistema doutrinal organizado. Dentre elas uma heresia Trinitária do século IV fundada por Ário (presbítero de Alexandria) que negava a existência da consubstancialidade entre Jesus e Deus. Jesus então seria subordinado a Deus (subordinacionismo), e não o próprio Deus. Segundo Ário só existe um Deus e Jesus é seu filho e não o próprio. Constantino, no ano de 325, convocou o Concílio de Nicéia para discutir o assunto e por fim, os padres conciliares junto do Papa Silvestre afirmavam ser o Filho “Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial (homousios) ao Pai, por Ele foram feitas todas as coisas”, condenando a heresia de Ário (CIC 465).

O que Paulo afirma nos versículos 15b-17, podemos voltar algumas páginas e ler o evangelho de Jesus Cristo segundo João 1, 1-3, quando diz que tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito, ou seja Deus criou tudo por meio do Verbo,Jesus Cristo. E gostaria de deixar claro aqui moçada é que muitas vezes, ao afirmar isso juntamente com Gênesis, pensamos ou acusam nós cristãos que somos contra a ciência, que está mais que provado na evolução de Darwin; sim a Igreja não é contra a evolução, mas esta tem que ter origem em Deus, a matéria não pode ter saído do nada, do acaso como dizem muitos cientistas ateus ou agnósticos, que pregam o evolucionismo materialista. Que maravilha amados, quando nós, humanos, quando chegamos na “perfeição” querida e desejada por Deus, Ele infundiu em nós nossa alma, esta a imagem e semelhança Dele.

Queridos, tudo foi feito por Ele e tudo e todos devem dar glórias a Ele. Como diz Santo Agostinho, “quer saber se Deus existe, pergunte as estrelas do céu, as ondas do mar, as árvores da floresta”; que harmonia meus irmãos, ver que tudo foi criado por Ele e subsiste Nele.

E com o coração cheio de alegria afirmo, se querem estar cada vez mais próximo Dele, aproximem-se cada vez mais da Sua Igreja, pois Ela, “a Igreja de Cristo subsiste somente na Igreja católica”; porque só nela há “perene continuidade histórica e a permanência de todos os elementos instituídos por Cristo na Igreja católica”. Só nela há a plenitude dos meios de salvação, especialmente os Sacramentos e a sucessão apostólica. (Concilio Vaticano II, pelo Catecismo da Igreja (1992), na Declaração Mysterium Ecclesiae (1973), na Carta aos Bispos da Igreja Católica Communionis notio (1992) e na Declaração Dominus Iesus (2000) ). Pois, como já dizia Santo Inácio de Antioquia, Epistula ad Smyrnaeos (67 - 110 d.C.), “Onde está Cristo Jesus, está a Igreja Católica.”

O Deus invisível e inatingível torna-Se visível e acessível em Jesus, o Filho que Se encarnou no Mundo e na História.

Thales Biffi

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