Deus Pai nos
escolheu em Jesus Cristo antes da criação do mundo e nos selou com o Espírito
Santo para podermos viver como filhos seus e fazer resplandecer a sua graça que
nos foi concedida por Ele no Bem-Amado.(cf Ef 1). Portanto, a nossa vida é Ele,
a nossa realidade é Ele. Não são as circunstâncias da nossa vida, não são a
nossa família, ou a nossa profissão, ou as coisas que temos que determinam quem
nós somos. Independentemente do que está à nossa volta, do que os outros nos
dizem ou das coisas que nos acontecem, nós somos filhos e filhas de Deus,
escolhidos pelo Pai, resgatados pelo sangue de Jesus e capacitados pelo
Espírito Santo para vivermos a nossa vida dando testemunho de que somos filhos.
Tudo na
nossa vida vai passar, a não ser pelo amor que recebemos e o amor que damos o
resto é tudo passageiro. Só o amor não passa porque o amor vem de Deus e nós
somos dele. Tudo na nossa vida pode mudar, só Deus não muda, Ele é estável, seu
amor é sempre igual. Podemos perder tudo, mas não a Ele, Ele é para sempre, Ele
é o nosso bem, a nossa riqueza, a nossa única certeza. Diante das dificuldades,
dores, sofrimentos e perdas que invariavelmente um dia batem à nossa porta, é
bom lembrar: a nossa realidade é Deus, não o que nos
acontece.
Diante do
sofrimento eminente Jesus disse: “Pai, se for possível afasta de mim este
cálice”. Mas, logo em seguida falou: “Contudo não se faça a minha vontade e sim
a tua.” Aceitando o que lhe vinha do pai Ele carregou seu calvário até o fim,
até poder dizer “Tudo está consumado”. Recentemente, uma pessoa conhecida
perdeu o filho jovem em circunstâncias trágicas e ela disse que lembrar de como
Jesus aceitou o sofrimento a estava ajudando a carregar o seu. Dizia ainda ter
aprendido que é preciso olhar para além do sofrimento e fixar os olhos em Deus.
Alguém lhe falou de uma cruz feita com um buraco no meio, para nos lembrar de
olhar para além da cruz, como Jesus fez, olhar para o amor de Deus, e não
mergulhar no desespero e na dor da perda. Olhar para além da cruz é confiar no
amor do Pai e na sua misericórdia, é confiar na sua promessa de que o Espírito
Santo estaria eternamente conosco para nos consolar e nos ajudar a bem viver a
nossa vida. Quem sofre em Deus, como cristão, fazendo o bem, sempre é
consolado. Quem sofre fixando-se na dor e não no amor, conhece o desespero.
Que o Deus
da paz conceda a sua paz, que é dinâmica, que realiza coisas nas nossas vidas,
a sua paz que tem o poder de curar, para todos o que sofrem, os que estão
doentes, os que perderam entes queridos e lhes dê também a capacidade de
entender que o seu sofrimento não é vergonha, não é opróbrio, e sim uma
oportunidade de testemunhar que são filhos, filhas de Deus.
Maria
Beatriz Spier Vargas
Secretária-geral
do Conselho Nacional da RCCBRASIL
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