“Enraizados e
edificados em Jesus.
Firmes na fé”
Aprofundamento do Tema do
XXIX REPIC
Segue algumas palavras para
refletirmos e aprofundarmos no tema do XXIX REPIC.
“Como
de nossa pregação recebestes o Senhor Jesus Cristo, vivei nele, enraizados e
edificados nele, inabaláveis na fé em que fostes instruídos, com o coração a
transbordar de gratidão!” Colossenses 2,6-7 –
tradução Bíblia Ave Maria
“Portanto,
assim como recebestes Cristo Jesus o Senhor, assim nele andai, arraigados nele,
nele edificados, e apoiados na fé, como aprendestes, e transbordando em ação de
graças.” Colossenses
2,6-7 – tradução Bíblia de Jerusalém
“Assim,
pois, já que recebestes Cristo Jesus como Senhor, andai unidos a ele,
enraizados e alicerçados nele, confirmados na fé que vos ensinaram,
transbordando em ação de graças”
Colossenses
2,6-7 – tradução Bíblia do Peregrino
“Prossegui,
pois o vosso caminho em Cristo, Jesus o Senhor, tal como o recebestes; permanecei arraigados e fundados
nele, firmados assim na fé tal como vo-la ensinaram, e transbordantes de
gratidão.” Colossenses
2,6-7 – tradução Bíblia TEB
Tabela
comparativa de Tradução
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Ave
Maria
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Jerusalém
|
do
Peregrino
|
TEB
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Como
de nossa pregação recebestes o Senhor Jesus Cristo
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Portanto,
assim como recebestes Cristo Jesus o Senhor
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Assim,
pois, já que recebestes Cristo Jesus como Senhor
|
Prossegui,
pois o vosso caminho
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vivei
nele
|
assim
nele andai
|
andai
unidos a ele
|
pois
o vosso caminho em Cristo
|
enraizados
|
arraigados
nele
|
enraizados
|
permanecei
arraigados
|
e
edificados nele
|
nele
edificados
|
e
alicerçados nele
|
e
fundados nele
|
inabaláveis
na fé em que fostes instruídos
|
e
apoiados na fé, como aprendestes
|
confirmados
na fé que vos ensinaram
|
firmados
assim na fé tal como vo-la ensinaram
|
com
o coração a transbordar de gratidão!
|
e
transbordando em ação de graças.
|
transbordando
em ação de graças
|
e
transbordantes de gratidão.
|
“Para ressaltar a importância da fé
na vida dos crentes, gostaria de me deter sobre cada uma das três palavras que
São Paulo usa nesta sua expressão: «Enraizados
e fundados em Cristo... firmes
na fé» (cf. Cl 2, 7).
Nela podemos ver três imagens: «enraizado» recorda a árvore e as
raízes que a alimentam; «fundado» refere-se
à construção de uma casa; «firme» evoca o crescimento da força física e moral.
Trata-se de imagens muito eloqüentes.
Antes de as comentar, deve-se
observar simplesmente que no texto original as três palavras, sob o ponto de
vista gramatical, estão no passivo: isto significa que é o próprio Cristo quem
toma a iniciativa de radicar, fundar e tornar firmes os crentes.
A primeira imagem é a da árvore,
firmemente plantada no solo através das raízes, que a tornam estável e a
alimentam. Sem raízes, seria arrastada pelo vento e morreria. Quais são as
nossas raízes? Naturalmente, os pais, a família e a cultura do nosso país, que
são uma componente muito importante da nossa identidade. A Bíblia revela outra.
O profeta Jeremias escreve: «Bendito o
homem que deposita a confiança no Senhor, e cuja esperança é o Senhor. É como a árvore plantada perto da água, a qual
estende as raízes para a corrente;
não teme quando vem o calor, a sua folhagem fica sempre verdejante. Não a inquieta a seca de um ano; continua a
produzir frutos» (Jr 17,
7-8). Estender as raízes, para o profeta, significa ter confiança em Deus. D ’Ele obtemos a
nossa vida; sem Ele não poderíamos viver verdadeiramente. «Deus deu-nos a vida eterna, e esta vida
está em Seu Filho » (1 Jo 5, 11). O próprio Jesus
apresenta-se como nossa vida (cf. Jo
14, 6). Por isso a fé cristã não é só crer em verdades, mas é antes de tudo uma
relação pessoal com Jesus Cristo, é o encontro com o Filho de Deus, que dá a
toda a existência um novo dinamismo. Quando entramos em relação pessoal com
Ele, Cristo revela-nos a nossa identidade e, na sua amizade, a vida cresce e
realiza-se em plenitude.
Há um momento, quando somos jovens, em que cada um de nós se
pergunta: que sentido tem a minha vida, que finalidade, que orientação lhe devo
dar? É uma fase fundamental, que pode perturbar o ânimo, às vezes também por
muito tempo. Pensa-se no tipo de trabalho a empreender, quais relações sociais
estabelecer, que afetos desenvolver... Neste contexto, penso de novo na minha
juventude.
De certa forma muito cedo tive a consciência
de que o Senhor me queria sacerdote. Mais tarde, depois da Guerra, quando no
seminário e na universidade eu estava a caminho para esta meta, tive que reconquistar
esta certeza. Tive que me perguntar: é este verdadeiramente o meu caminho? É
deveras esta a vontade do Senhor para mim? Serei capaz de Lhe permanecer fiel e
de estar totalmente disponível para Ele, ao Seu serviço? Uma decisão como esta
deve ser também sofrida. Não pode ser de outra forma. Mas depois surgiu a certeza:
é bem assim! Sim, o Senhor quer-me, por isso também me dará a força. Ao ouvi-Lo,
ao caminhar juntamente com Ele torno-me deveras eu mesmo. Não conta a realização
dos meus próprios desejos, mas a Sua vontade. Assim a vida torna-se autêntica. Tal
como as raízes da árvore a mantêm firmemente plantada na terra, também os fundamentos
dão à casa uma estabilidade duradoura. Mediante a fé, nós somos fundados em
Cristo (cf. Cl 2, 7), como uma
casa é construída sobre os fundamentos.
Na história sagrada temos numerosos
exemplos de santos que edificaram a sua vida sobre a Palavra de Deus. O
primeiro foi Abraão. O nosso pai na fé obedeceu a Deus que lhe pedia para
deixar a casa paterna a fim de se encaminhar para uma terra desconhecida. «Abraão acreditou em Deus e isso foi-lhe
atribuído à conta de justiça e foi chamado amigo de Deus» (Tg 2,
23). Estar fundados em Cristo significa responder concretamente à chamada de
Deus, confiando n’Ele e pondo em prática a sua Palavra. O próprio Jesus admoesta
os seus discípulos: «Porque me
chamais: “Senhor, Senhor” e não fazeis o que Eu digo?» (Lc 6,
46). E, recorrendo à imagem da construção da casa, acrescenta: «todo aquele que vem ter Comigo, escuta as Minhas palavras e as põe em
prática, é semelhante a um
homem que construiu uma casa: Cavou, aprofundou e assentou os alicerces sobre a rocha. Sobreveio a
inundação, a torrente arremessou-se com violência contra aquela casa e não pôde abalá-la por
ter sido bem construída» (Lc 6,
47-48).
Queridos amigos, construí a vossa
casa sobre a rocha, como o homem que «cavou
muito profundamente». Procurai
também vós, todos os dias, seguir a Palavra de Cristo. Senti-O como o
verdadeiro Amigo com o qual partilhar o caminho da vossa vida. Com Ele ao vosso
lado sereis capazes de enfrentar com coragem e esperança as dificuldades, os
problemas, também as desilusões e as derrotas. São-vos apresentadas continuamente
propostas mais fáceis, mas vós mesmos vos apercebeis que se revelam enganadoras,
que não vos dão serenidade e alegria. Só a Palavra de Deus nos indica o caminho
autêntico, só a fé que nos foi transmitida é a luz que ilumina o caminho. Acolhei
com gratidão este dom espiritual que recebestes das vossas famílias e comprometei-vos
a responder com responsabilidade à chamada de Deus, tornando-vos adultos na fé.
Não acrediteis em quantos vos dizem que não tendes necessidade dos outros para
construir a vossa vida! Ao contrário, apoiai-vos na fé dos vossos familiares, na
fé da Igreja, e agradecei ao Senhor por a ter recebido e feito vossa!
«Enraizados
e fundados em Cristo... firmes na fé» (cf. Cl 2, 7). A Carta da qual é tirado este convite, foi escrita por
São Paulo para responder a uma necessidade precisa dos cristãos da cidade de
Colossos. Com efeito, aquela comunidade estava ameaçada pela influência de
determinadas tendências culturais da época, que afastavam os fiéis do Evangelho.
O nosso contexto cultural, queridos jovens, tem numerosas analogias com o tempo
dos Colossenses daquela época. De fato, há uma forte corrente de pensamento laicista
que pretende marginalizar Deus da vida das pessoas e da sociedade, perspectivando
e tentando criar um «paraíso» sem Ele. Mas a experiência ensina que o mundo sem
Deus se torna um «inferno»: prevalecem os egoísmos, as divisões nas famílias, o
ódio entre as pessoas e entre os povos, a falta de amor, de alegria e de esperança.
Ao contrário, onde as pessoas e os povos acolhem a presença de Deus, o adoram
na verdade e ouvem a sua voz, constrói-se concretamente a civilização do amor,
na qual todos são respeitados na sua dignidade, cresce a comunhão, com os frutos
que ela dá. Contudo existem cristãos que se deixam seduzir pelo modo de pensar laicista,
ou são atraídos por correntes religiosas que afastam da fé em Jesus Cristo. Outros ,
sem aderir a estas chamadas, simplesmente deixaram esmorecer a sua fé, com inevitáveis
conseqüências negativas a nível moral.
Aos irmãos contagiados por idéias
alheias ao Evangelho, o apóstolo Paulo recorda o poder de Cristo morto e
ressuscitado. Este mistério é o fundamento da nossa vida, o centro da fé
cristã. Todas as filosofias que o ignoram, que o consideram «escândalo» (1 Cor 1, 23),
mostram os seus limites diante das grandes perguntas que habitam o coração do
homem. Por isso também eu, como Sucessor do apóstolo Pedro, desejo confirmar-vos
na fé (cf. Lc 22, 32). Nós
cremos firmemente que Jesus Cristo se ofereceu na Cruz para nos doar o seu
amor; na sua paixão, carregou os nossos sofrimentos, assumiu sobre si os nossos
pecados, obteve-nos o perdão e reconciliou-nos com Deus Pai, abrindo-nos o
caminho da vida eterna. Deste modo fomos libertados do que mais entrava a nossa
vida: a escravidão do pecado, e podemos amar a todos, até os inimigos, e
partilhar este amor com os irmãos mais pobres e em dificuldade. Queridos
amigos, muitas vezes a Cruz assusta-nos, porque parece ser a negação da vida.
Na realidade, é o contrário! Ela é o «sim» de Deus ao homem, a expressão máxima
do seu amor e a nascente da qual brota a vida eterna. De fato, do coração aberto
de Jesus na cruz brotou esta vida divina, sempre disponível para quem aceita erguer
os olhos para o Crucificado. Portanto, não posso deixar de vos convidar a
aceitar a Cruz de Jesus, sinal do amor de Deus, como fonte de vida nova. Fora
de Cristo morto e ressuscitado, não há salvação! Só Ele pode libertar o mundo
do mal e fazer crescer o Reino de justiça, de paz e de amor pelo qual todos
aspiram.”
Trecho da mensagem do Papa Bento XVI para a JMJ de 2011 em
Madri/Espanha
Estejamos “enraizados e edificados em Jesus. Firmes na
fé”.
Glauber Silveira
Coordenador
Ministério Jovem
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