sexta-feira, 12 de junho de 2015

Bispos se pronunciam CONTRA A IDEOLOGIA DE GÊNERO



O QUE EU POSSO FAZER, PARA ME MANIFESTAR CONTRA A IDEOLOGIA DE GÊNERO???

1) Rezar pedindo a Sagrada Família que proteja nossa cidade desta ideologia de gênero. Que São José, patrono da Sagrada Família proteja-nos.

2) Estudar sobre o assunto.

3) Assinar a petição on-line.





Nova ameaça da “ideologia de gênero”
Autor: Cardeal Orani João Tempesta (Cardeal do Rio de Janeiro)
Atualizado em 06/06/2015 17:11
“A ideologia de gênero é uma tentativa de afirmar para todas as pessoas que não existe uma identidade biológica em relação à sexualidade. Quer dizer que o sujeito, quando nasce, não é homem nem mulher, não possui um sexo masculino ou feminino definido, pois, segundo os ideólogos do gênero, isto é uma construção social”
Dr. Christian Schnake, médico chileno e especialista em Bioética, Ideologia de gênero: conheça seus perigos e alcances. Destrave. Canção Nova, acessado em 2/6/15), conforme expus em Nota Pastoral recém-publicada.

Ora, essa ideia, que vem sendo difundida como palavra de ordem nos últimos tempos, apareceu no Plano Nacional de Educação (PNE), mas, graças à mobilização das forças vivas e atuantes do Brasil, contando, inclusive, com alguns Bispos, foi banida. Agora, porém, volta ao Plano Municipal de Educação (PME). No mínimo isso é uma incoerência: colocar no plano municipal o que não consta no federal! Cada município ficará, pois, por meio de seus vereadores, responsável, diante de Deus e de seus munícipes, de excluir (se, obviamente, já estiver no texto), até o fim de junho, a revolucionária ideologia de gênero para as crianças e adolescentes em fase escolar atendidas pela rede municipal de ensino. Arbitrariamente, algumas atitudes federais já inserem alguns tipos dessa ideologia em nossas escolas, mesmo através de livros e outras decisões por decreto. Querem transferir para a orientação da escola aquilo que as famílias são chamadas da passar aos seus filhos.
De um modo amplo, ideologia é um termo que se origina dos filósofos franceses do século XVIII, conhecidos como ideólogos (Destutt de Tracy, Cabanis etc.) por estudarem a formação das ideias. Logo depois, passou a designar um conjunto de ideias, princípios e valores que refletem uma determinada visão de mundo, orientando uma forma de ação, sobretudo uma prática política.
Hoje, o termo ideologia parece ser amplamente utilizado, sobretudo por influência do pensamento de Karl Marx, na filosofia e nas ciências humanas e sociais em geral, significando o processo de racionalização – um autêntico mecanismo de defesa – dos interesses de uma classe ou grupo dominante para se manter no poder (cf. H. Japiassú e D. Marcondes. Dicionário Básico de Filosofia. 3ª ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999, verbete ideologia).
Ora, esta base é que sustenta a ideologia de gênero, cujas raízes merecem ser, em suas várias vertentes, conhecidas pelo povo brasileiro.
Pois bem, no período entre as duas grandes guerras mundiais (1918-1939), estudiosos de diversas áreas – Filosofia, Sociologia, História, Economia, Psicologia etc. – ligados à chamada Escola de Frankfurt, se puseram a criticar tanto a burguesia capitalista quanto o comunismo extremado, ou seja, aquele de fundo marxista-leninista dogmático. Em seu lugar, propunham um marxismo sorridente, capaz de se difundir no Ocidente dado que aqui se faziam muitas ressalvas ou críticas ao modelo comunista russo implantado no governo desde novembro de 1917.
Esse comunismo, mais aberto para enganar os ingênuos, trazia em seu bojo a filosofia marxista da luta de classes, na qual, segundo o filósofo alemão Frederick Engels, em sua obra “A Origem da Família, da Propriedade e do Estado”, escrita em 1884, “o primeiro antagonismo de classes da história coincide com o desenvolvimento do antagonismo entre o homem e a mulher unidos em matrimônio monogâmico; e a primeira opressão de uma classe por outra, com a do sexo feminino pelo masculino” (New York, 1972, p. 65-66).
Pois bem, essa luta de classes no modelo tratado por Engels foi unida às teorias de Sigmund Freud (1856-1939) e transformada também em luta de sexos, na qual a mulher seria a classe oprimida e o homem a classe opressora. A libertação viria no momento em que as mulheres se soltassem sexualmente, praticando a genitalidade sem barreira alguma. Mesmo o “incômodo” do filho teria solução: a Rússia legalizou o aborto já no ano de 1920, visto que ainda não se conhecia a pílula anticoncepcional e muito menos os fármacos abortivos.
Infelizmente, tudo isso não foi libertador, mas tornou muitas mulheres, sempre tão queridas por Deus, novas escravas, não mais apenas vítimas dos homens, mas de si mesmas, dado que, talvez na ânsia de se libertarem, acabaram pagando o alto preço dos efeitos colaterais da libertinagem, especialmente com o aumento da prostituição, do consumo de álcool e de outras drogas, das pílulas anticoncepcionais, das pílulas do dia seguinte (abortivas) e do aborto cirúrgico, cujas sequelas no corpo e na mente podem ser danosas para sempre. Afinal, nenhuma mulher com uma boa formação humana e cristã, por sua natureza materna inata, dormirá em paz depois de pensar que assassinou o próprio fruto do seu ventre.
Logo depois se assomou a isso tudo o construtivismo social. Que ensina essa escola? – Ensina a desconstrução da realidade, e, com Jaques Derrida e Michel de Foucault, foi também aplicada à sexualidade. Para eles não existe a realidade (objeto) nem o homem que descobre a realidade (sujeito), mas apenas a linguagem que produz os objetos ao lhe dar os nomes que os classifica e caracteriza.
Essa linguagem, porém, é fruto de mera construção social que atribui a ela o valor semântico que quiser. Daí serem esses valores mutáveis como a sociedade, de modo que o modelo cultural atual é responsável por destruir o anterior, e assim sucessivamente, inclusive no campo moral. Reina, portanto, o relativismo, e, para Foucald o pansexualismo: tudo giraria em torno da sexualidade.
Com o existencialismo ateu, dá-se um passo além, especialmente por obra de Simone de Beauvoir. Esta ensina que “não se nasce mulher, mas você se torna uma mulher; não se nasce um homem, mas você se torna um homem”. O gênero seria uma construção sociocultural sustentada pela experiência. Ora, se a experiência da mulher foi a de ser dominada pelo homem ao longo da história, na visão de Beauvoir, toda hierarquia deveria ser eliminada da vida pública e privada para dar lugar a relações de igualitarismo marxista (não de igualdade cristã) entre os seres humanos.
Chega-se, assim, ao feminismo de gênero como uma espécie de síntese de todas essas correntes que, brevemente, apresentei acima. Esse tipo de feminismo supera o anterior que o preparou, ou seja, aquele feminismo inicial desejoso de que a mulher fosse equiparada aos homens. Descreve bem essa evolução feminista a seguinte declaração de Shulamith Firestone: “Para organizar a eliminação das classes sexuais é necessário que a classe oprimida se rebele e assuma o controle da função reprodutiva..., pelo que o objetivo final do movimento feminista; isto é, não apenas a eliminação dos privilégios masculinos, mas da própria diferença entre os sexos; assim, as diferenças genitais entre os seres humanos nunca mais teriam nenhuma importância” (The dialectcs of Sex. Nova York: Bantam Books, 1970, p. 12).
Tudo isso leva-nos ao cerne do gênero, que é a permissão para que sejam eliminadas (como se isso fosse possível) todas as diferenças entre os sexos, complementando desse modo o que propusera o feminismo anterior ao pregar o seguinte: “a raiz da opressão da mulher está em seu papel de mãe e educadora dos filhos. Por isso deve ser liberada de ambas as tarefas, através da contracepção e do aborto e da transferência da responsabilidade da educação dos filhos para o Estado” (J. Scala. Ideologia de gênero. São Paulo: Katechesis/Artpress, 2011, p. 21). Estejamos atentos a algumas leis que já existem em que o Estado interfere na família e educação dos filhos.
A partir dos anos de 1980, todos esses ideólogos do feminismo antigo ou de gênero se uniram a outros lobbies e passaram a combater a família monogâmica e estável como um estorvo para a liberdade sexual imaginada desde os anos de 1960 para todos, a fim de destruir os planos perfeitos de Deus e, em seu lugar, impor os planos falhos da criatura.
O ser humano, como pessoa, nunca pode ser usado como um instrumento ou um objeto, mas deve ser contemplado e amado como tal, sendo dotado de dignidade e valores. A negação da transcendência afeta diretamente a dignidade da criatura humana. Pois como disse São João Paulo II: "a divindade da pessoa humana é um valor transcendente, como tal sempre reconhecido por aqueles que se entregam sinceramente à busca da verdade" (cf. Mensagem de sua santidade João Paulo II para a celebração do XXXII Dia Mundial da Paz: 1 de janeiro de 1999).
Analisando essas ideologias supracitadas, percebemos que elas são expressão de autoritarismos que visam a valorizar seus próprios interesses, fazendo com isso que a sociedade acabe negando a transcendência do ser humano e, consequentemente, rebaixando a dignidade do homem, acarretando graves implicações no campo dos direitos humanos.
Por fim, podemos concluir que a ideologia do gênero tornou-se um instrumento utilizado para atacar a dignidade da pessoa e também a família, pois esta representa para eles um tipo de 'dominação'. Ao contrário, nós dizemos que é pela família que conseguiremos restaurar tal dignidade; pois é por ela que somos educados e formamos verdadeiros valores e ideais.
As perguntas que ficam são: uma sociedade com indivíduos que cultivam ódio a Deus e tentam destruir valores intrinsecamente sagrados como a vida e a família poderão ter um futuro promissor? Os seres humanos são mais felizes ou mais frustrados com tudo isso? Não estaria, em parte ao menos, atrelado a essa degenerescência dos valores o alto índice de adolescentes e jovens que tentam buscar escapes nos entorpecentes ou mesmo nas tentativas ou na consumação de suicídios? As perguntas atuais sobre os rumos da humanidade e as dificuldades de respostas da sociedade estão a comprovar os descaminhos que a sociedade hodierna está tomando.
Já não passou da hora de nos voltarmos mais à misericórdia de Deus e confessarmos confiantes: Senhor, só Tu tens palavras de vida eterna! (cf. Jo 6,68)? Sim, pois só Ele é a verdadeira e definitiva libertação de toda opressão que o ser humano possa sofrer. E ao acolhermos a “palavra de Deus” iremos ver que encontraremos o verdadeiro “ser humano” criado à imagem e semelhança d’Ele. E veremos que mesmo os estudiosos e cientistas sérios chegarão à mesma verdade através de suas reflexões e raciocínios. Cabe a nós, cidadãos de hoje, levarmos avante os verdadeiros valores desta pátria que amamos e aonde habitamos como cidadãos que têm direitos e deveres e que se responsabilizam pelo futuro.



A Ideologia de Gênero Ressurge
 Autor: Dom Mauro (Bispo de Ilheus)
Fonte: http://www.diocesedeilheusba.com/products/a-ideologia-de-genero-ressurge/

NOTA EPISCOPAL

Meus prezados

o momento é de grande preocupação sobre os rumos da educação nesse nosso país, é grave a tendência de se colocar nos curriculos escolares a questão da ideologia de gênero, por isso tomo a liberdade de lhe enviar esses textos para nos ajudar na reflexão e que medidas devemos tomar para evitar esse desastre da humanidade. Abraços

CARTA PASTORAL

Prezados irmãos e irmãs, cristãos católicos e pessoas de boa vontade:
Em nome de Jesus, quero me dirigir a todos os que se encontram de coração aberto para acolher uma palavra do Bispo a respeito da tentativa de inserção da chamada “ideologia de gênero” no Plano Municipal de Educação (PME), a ser votado até o final de junho, em cada um dos nossos municípios.
Na condição de Pastor deste rebanho a mim confiado, que é a Diocese de Ilhéus, exorto a todos os irmãos e irmãs na fé e pessoas de boa vontade em geral para que busquem, com empenho, se informar sobre a tramitação do assunto junto aos vereadores, representantes do povo, em suas respectivas cidades. Uma vez informados, manifestem a eles, de modo respeitoso e firme, a sua posição contrária a essa perigosíssima ideologia.
A ideologia de gênero, varrida do Plano Nacional de Educação (PNE), no ano passado, não descansa em paz como algumas pessoas menos avisadas possam pensar. Ao contrário, “diabólica” como é – para usar as palavras do Papa Francisco –, ela visa agora entrar na vida de nossas crianças e adolescentes não mais pela esfera federal, mas, sim, municipal: cada município fica responsável por implantar ou recusar esse sistema de ideias nefasto e antinatural em seu plano de ensino.
Se isso se der em sua totalidade será a destruição do ser humano.
Com efeito, a tese mestra da ideologia de gênero é a seguinte: nós nascemos com um sexo biológico definido (homem ou mulher), mas, além dele, existiria o sexo psicológico ou o gênero que poderia ser construído livremente pela sociedade na qual o indivíduo está inserido. Em outras palavras, não existiria mais uma mulher ou um homem naturais. Ao contrário, o ser humano nasceria sexualmente neutro, do ponto de vista psíquico, e seria constituído socialmente homem ou mulher.
Em seu discurso de 21/12/2012 à Cúria Romana, o Papa Bento XVI já lançava uma ampla advertência quanto ao uso do “termo ‘gênero’ como nova filosofia da sexualidade”. Dizia ele que “o homem contesta o fato de possuir uma natureza pré-constituída pela sua corporeidade, que caracteriza o ser humano. Nega a sua própria natureza, decidindo que esta não lhe é dada como um fato pré-constituído, mas é ele próprio quem a cria. De acordo com a narração bíblica da criação, pertence à essência da criatura humana ter sido criada por Deus como homem ou como mulher. Esta dualidade é essencial para o ser humano, como Deus o fez. É precisamente esta dualidade como ponto de partida que é contestada. Deixou de ser válido aquilo que se lê na narração da criação: ‘Ele os criou homem e mulher’ (Gn 1,27). Isto deixou de ser válido, para valer que não foi Ele que os criou homem e mulher; mas teria sido a sociedade a determiná-lo até agora, ao passo que agora somos nós mesmos a decidir sobre isto. Homem e mulher como realidade da criação, como natureza da pessoa humana, já não existem. O homem contesta a sua própria natureza”.
Papa Bento abordou a ideologia de gênero outra vez, um mês mais tarde, em 19/01/2013, dizendo que “os Pastores da Igreja – a qual é ‘coluna e sustentáculo da verdade’ (1Tm 3,15) – têm o dever de alertar contra estas derivas tanto os fiéis católicos como qualquer pessoa de boa vontade e de razão reta”.
Ao fiel católico leigo – demais cristãos e pessoas de boa vontade em geral – cabe colocar em alerta os mais próximos e, sobretudo, perguntar aos políticos profissionais que conhece (especialmente aos vereadores) qual é a postura deles sobre a ideologia de gênero.
Para conhecer melhor essa questão sugiro a leitura do artigo Reflexões sobre a ideologia de gênero, do Cardeal Dom Orani João Tempesta, Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro, publicado no site da CNBB, em 28/03/14.
Afinal, diante de Deus, todos somos responsáveis – em maior ou menor grau – pela delicadíssima questão em foco. É importante que esses representantes do povo se posicionem ante a subversão dos planos do Criador.
Peço, pois, que cada um daqueles a quem chegar esta minha comunicação se empenhe, em consciência, diante de Deus e do próximo, com o direito que lhe assiste enquanto cidadão brasileiro, no combate à ideologia de gênero de teor “diabólico”, como tem declarado o Papa Francisco.
Que o Senhor Jesus cubra você e toda a sua família, de bênçãos e graças divinas.
Ilhéus, 04 de junho de 2015
Dom Mauro Montagnoli CSS
Bispo diocesano de Ilhéus



NOTA PASTORAL SOBRE O RISCO DA IDEOLOGIA DE GÊNERO NO PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
DOM ANTONIO CARLOS ROSSI KELLER
Fonte: http://www.encontrocomobispo.org/2015/06/dom-antonio-carlosrossi-keller-pela.html
PELA GRAÇA DE DEUS E DA SANTA SÉ APOSTÓLICA
BISPO DE FREDERICO WESTPHALEN (RS)
Prezados sacerdotes, diáconos, religiosos e religiosas, fiéis cristãos leigos em geral e demais pessoas de boa vontade da nossa Diocese de Frederico Westphalen (RS), dirijo-lhes esta Nota Pastoral para expor um assunto da máxima importância nos nossos dias: a tentativa de implantação da perigosa, mas pouco conhecida, “ideologia de gênero” no Plano Municipal de Educação (PME) de nossos municípios.
Desejo, portanto, caríssimos irmãos, expor, em três pontos, uma breve orientação a fim de que cada um em seus meios lembre-se de que não fomos chamados à indiferença ante os problemas que nos afligem, mas, sim, a ser sal da terra e luz do mundo (cf. Mt 5,13-14), pois tudo o que, de algum modo, diz respeito ao homem de hoje, interessa à Igreja (cf. Gaudium et Spes n. 1).
1. Ideologia de gênero: em síntese, que é?
Para levar aos queridos diocesanos uma explanação segura sobre a ideologia de gênero, divido a exposição em dois breves tópicos, ou seja, o aspecto antropológico no qual se funda a doutrina do gênero e o aspecto teológico, aquele que mostra o quanto essa ideologia é malévola e contrárias aos planos de Deus.
a) A face antropológica
O termo gênero (ou gender), que começou a ser difundido nas décadas de 1960 e 1970 visa revolucionar a antropologia apregoando que o sexo masculino ou feminino dado pela Biologia não tem valor, pois o que vale é a construção da identidade sexual psicológica dada pelas culturas nas diversas fases da história.
Assim, ser homem ou mulher não é característica inata, mas mero procedimento aprendido na família e na escola de cada nação, de modo que o homem poderia escolher ser mulher e vice-versa. Mais: decorre dessa ideologia tão denunciada por estudiosos de renome que “o mesmo indivíduo pode optar indiferentemente pelo heterossexualismo, pelo homossexualismo, pelo lesbianismo ou até pelo transexualismo. Não haveria, na origem de cada ser humano, um menino ou uma menina, mas um indivíduo [1]”.
Esse indivíduo escolheria – contra a Biologia – aquilo que deseja ser. No entanto, se a natureza biológica conhece somente o homem e a mulher, a ideologia de gênero apregoa que alguém pode ser homem, mulher ou neutro (nem um nem outro). Afinal, seria a sociedade com seus estereótipos que atribuiria a cada indivíduo suas funções, passando por cima das características fisiológicas de cada um.
Em suma, ninguém nasceria masculino ou feminino, mas apenas indivíduos que podem tornar-se masculinos, femininos ou neutros de acordo com a cultura de seu tempo ou com a educação recebida na escola ou em casa.
Aqui se entende a razão pela qual os ideólogos de gênero se interessam por se imporem nos planos de ensino, seja em nível nacional, estadual ou municipal: como sabem que as famílias, via de regra, abominam espontaneamente uma doutrina tão contrária à natureza, partem para a instrução artificial das crianças a fim de que elas, depois de bem doutrinadas pela ideologia de gênero, instruam seus pais e amigos... Seria o fim da família e do próprio ser humano reduzido à condição de mero peão em um sórdido jogo de xadrez[2].
b) O aspecto teológico
No aspecto teológico, a ideologia de gênero é uma afronta ao projeto de Deus para a humanidade. É a criatura tentando tomar o lugar do Criador e recriar o ser humano com o sopro revolucionário mundano a fim de apagar nele, se possível fosse, o sopro divino insuflado na sua criação, conforme a linguagem bíblica de Gênesis 2,7.
Em seu discurso de 21 de dezembro de 2012 à Cúria Romana, o Papa Bento XVI já lançava, corroborando com o que dissemos acima, uma ampla advertência quanto ao uso do “termo ‘gênero’ como nova filosofia da sexualidade”. Dizia ele que “o homem contesta o fato de possuir uma natureza pré-constituída pela sua corporeidade, que caracteriza o ser humano. Nega a sua própria natureza, decidindo que esta não lhe é dada como um fato pré-constituído, mas é ele próprio quem a cria. De acordo com a narração bíblica da criação, pertence à essência da criatura humana ter sido criada por Deus como homem ou como mulher. Esta dualidade é essencial para o ser humano, como Deus o fez. É precisamente esta dualidade como ponto de partida que é contestada. Deixou de ser válido aquilo que se lê na narração da criação: ‘Ele os criou homem e mulher’ (Gn 1,27). Isto deixou de ser válido, para valer que não foi Ele que os criou homem e mulher; mas teria sido a sociedade a determiná-lo até agora, ao passo que agora somos nós mesmos a decidir sobre isto. Homem e mulher como realidade da criação, como natureza da pessoa humana, já não existem. O homem contesta a sua própria natureza”.
O Papa Bento abordou a ideologia de gênero outra vez, quase um mês mais tarde, em 19 de janeiro de 2013, dizendo que “os Pastores da Igreja – a qual é ‘coluna e sustentáculo da verdade’ (1Tm 3,15) – têm o dever de alertar contra estas derivas tanto os fiéis católicos como qualquer pessoa de boa vontade e de razão reta”. Isso é o que, na condição de Bispo desta Diocese de Frederico Westphalen, faço com esta Nota Pastoral no cumprimento de um grave dever de consciência, diante de Deus, da Igreja e da sociedade em geral.
Também o Papa Francisco, na Audiência Geral de 15 de abril último, disse algo muito importante e pontual sobre o tema que estamos tratando. Falava ele: “Pergunto-me, por exemplo, se a chamada teoria do gênero não é expressão de uma frustração e resignação, com a finalidade de cancelar a diferença sexual por não saber mais como lidar com ela. Neste caso, corremos o risco de retroceder”.
“A eliminação da diferença, com efeito, é um problema, não uma solução. Para resolver seus problemas de relação, o homem e a mulher devem dialogar mais, escutando-se, conhecendo-se e amando-se mais”.
Em suma, tentar distorcer os planos divinos nunca leva o ser humano à maior felicidade; ao contrário, o conduz a não poucos e nem pequenos desatinos, conforme os que vemos hoje em quaisquer noticiários, frutos amargos da rejeição de Deus em seus santos desígnios de amor para conosco.
2. O direito e o dever do católico se manifestar
É certo que ao tomarem conhecimento desta Nota Pastoral, alguns poderão repetir um velho chavão muito usado quando lhes convém. É o seguinte: no Estado laico não há lugar para a fala da Igreja ou dos fiéis católicos. Ora, a esse pensamento seletista e excludente – que não é laico, mas laicista ou perseguidor da religião – o Compêndio da Doutrina Social da Igreja responde, em seu n. 572: “O princípio da laicidade comporta o respeito de toda confissão religiosa por parte do Estado, ‘que assegura o livre exercício das atividades cultuais, espirituais, culturais e caritativas das comunidades dos crentes. Numa sociedade pluralista, a laicidade é um lugar de comunicação entre as diferentes tradições espirituais e a nação’[3]”.
“Infelizmente permanecem ainda, inclusive nas sociedades democráticas, expressões de laicismo intolerante, que hostilizam qualquer forma de relevância política e cultural da fé, procurando desqualificar o empenho social e político dos cristãos, porque se reconhecem nas verdades ensinadas pela Igreja e obedecem ao dever moral de ser coerentes com a própria consciência; chega-se também e mais radicalmente a negar a própria ética natural.”
“Esta negação, que prospecta uma condição de anarquia moral cuja consequência é a prepotência do mais forte sobre o mais fraco, não pode ser acolhida por nenhuma forma legítima de pluralismo, porque mina as próprias bases da convivência humana. À luz deste estado de coisas, ‘a marginalização do Cristianismo não poderia ajudar ao projeto de uma sociedade futura e à concórdia entre os povos; seria, pelo contrário, uma ameaça para os próprios fundamentos espirituais e culturais da civilização’” [4].
Portanto, argumentar que o Estado sendo laico não pode acolher a opinião das pessoas de fé e de boa vontade, é defender o laicismo mais agressivo e intolerante para com milhões de cidadãos consideradas por esses argumentadores como pessoas de segunda classe: serviriam para eleger seus representantes, mas não poderiam cobrar deles uma educação capaz de levar em conta a lei natural moral em um tempo no qual nossas crianças e adolescentes mais precisam de retas e sadias orientações.
3. Conclamação aos fiéis católicos e pessoas de boa vontade
Desejo, pois, com esta Nota Pastoral, conclamar a todos para, de modo respeitoso, mas firme, se oporem, à ideologia de gênero – tão contrária aos planos de Deus – a ameaçar as crianças e adolescentes de nossas escolas.
A Igreja não está e nem se posiciona contra as pessoas, mas tem o dever grave de orientar a todos sobre os riscos e perigos que afetam o ser humano, como filhos e filhas de Deus.
Cabe aos fiéis católicos, aos cristãos em geral e às pessoas de boa vontade alertar os parentes, amigos, vizinhos etc. a respeito dessa malévola doutrina exposta no item 1 desta Nota para que as muitas vozes contrárias à inserção da ideologia de gênero sejam ouvidas pelos ilustres representantes do povo e, consequentemente, excluída do PME (Plano Municipal de Educação) de nossos municípios.
Abençoo a todos com suas famílias desejando que São José, defensor da Sagrada Família de Nazaré, interceda por todos nós hoje e sempre.
Frederico Westphalen, 01 de junho de 2015.
+Antônio Carlos Rossi Keller
Bispo de Frederico Westphalen


CARTA ÀS AUTORIDADES MUNICIPAIS
DOM ANTONIO CARLOS ROSSI KELLER
Fonte: http://www.encontrocomobispo.org/2015/06/carta-as-autoridades-dos-municipios-de.html
PELA GRAÇA DE DEUS E DA SANTA SÉ APOSTÓLICA
BISPO DE FREDERICO WESTPHALEN (RS)
Frederico Westphalen, 02 de junho de 2015.

Aos Excelentíssimos Senhores
Prefeitos Municipais,
Secretários de Educação
Vereadores
Municípios da Diocese de Frederico Westphalen
                           
                                               Excelentíssimos senhores,

                                               Antes de tudo, envio-lhes a minha saudação de Paz no Senhor Jesus.

                                               A razão de endereçar esta CARTA fundamenta-se na minha responsabilidade de Bispo Diocesano, pastor e servidor desta Igreja Diocesana. Meu ministério episcopal não permite que eu me cale, frente a um gravíssimo risco que o tempo presente nos oferece.
                                               Neste exato momento ocorrem discussões por todo o Brasil sobre os planos estaduais e municipais de educação, os quais devem ser elaborados em conformidade com o Plano Nacional de Educação (PNE) aprovado pelo Congresso Nacional em junho de 2014.
Universalização do ensino, percentuais de investimento e qualificação dos professores constituem tópicos naturais de debate. Contudo, venho chamar a máxima atenção dos senhores contra o grave perigo da inclusão nos planos de educação municipais da denominada “ideologia de gênero”.
Pois bem, os defensores da ideologia de gênero utilizam o falso argumento do combate à discriminação de gênero para promover uma campanha que tem por consequência a destruição da família como instituição fundamental da sociedade. Isso acontece porque não defendem a igualdade entre homens e mulheres (o que sempre se chamou de igualdade de gênero), mas exatamente o contrário, dizendo que ninguém é homem ou mulher por nascimento e, portanto, que qualquer pessoa pode se considerar homem ou mulher, independentemente dos aspectos biológicos.
O Congresso Nacional acertou ao retirar do Plano Nacional de Educação (PNE) toda e qualquer referência à ideologia de gênero, normalmente feita por meio das expressões “igualdade de gênero”, “igualdade de orientação sexual” e “igualdade de identidade sexual”, entre outras, pois são expressões vagas e ambíguas, abertas à manipulação ideológica e sem fundamento jurídico.
A Constituição brasileira reconhece a família como base da sociedade e, por isso, merecedora de especial proteção do Estado. Em verdade, a família detém a prerrogativa de decidir soberanamente sobre a formação e condução de seus membros, conforme seus costumes e crenças. Não cabe ao sistema educacional interferir nesse domínio, pois a constituição da pessoa enquanto pessoa se dá no âmbito privado. A interferência do Estado, por meio da regulação do ensino nas escolas públicas e privadas, desrespeita a prioridade da família em educar e formar seus filhos.
O grave perigo pelo qual passamos é constatável em notícias recentes, como:
a) a liberação da utilização do “nome social” nas escolas, à revelia dos pais (se o aluno João, registrado com o nome de João, pedir para ser chamado de Maria, assim deverá ser chamado pelos professores, sem que os pais do aluno sejam consultados!)
b) a possibilidade de um garoto, que simplesmente se declare mulher(!), por exemplo, utilizar o banheiro feminino. Como dito acima, esses temas são delicados e devem ser resolvidos, em primeiro lugar, pelas famílias, sem intervenção do Estado e de qualquer grupo ou partido político.
Portanto, peço aos senhores, homens e mulheres em defesa do bem de sua comunidade, para que analisem com cuidado o projeto de lei relativo ao plano de educação do seu município, a fim de assegurar uma educação igualitária, universal e de qualidade, mas sem arbitrariedades de cunho ideológico, cujas consequências são terríveis e fogem ao nosso controle.
Agradecendo a atenção dispensada, coloco-me sempre à inteira disposição de todos.
+ Dom Antonio Carlos Rossi Keller

Bispo de Frederico Westphalen


BISPOS DE SÃO PAULO, CONTRA A IDEOLOGIA DE GÊNERO

Fonte: Fonte: http://www.cnbbsul1.org.br/mensagem-aos-catolicos-e-a-todos-os-cidadaos/


Aos Srs. Prefeitos, Presidentes e Vereadores dos Municípios, educadores e pais no Estado de São Paulo;
Nós, Bispos católicos do Estado de São Paulo (Regional Sul 1 da CNBB), no exercício de nossa missão de Pastores, queremos manifestar nosso apreço ao empenho dos Conselhos Municipais de Educação na elaboração dos Planos Municipais de Educação para o próximo decênio, a serem votados nas Câmaras Municipais. Destacamos nesses projetos, além da universalização do ensino, o empenho em colocar, como eixo orientador da educação, a inclusão social, para que uma geração nova de homens e mulheres possa se tornar construtora de uma sociedade onde todas as pessoas, grupos sociais e etnias sejam respeitados e possam participar e se beneficiar da produção dos bens materiais e culturais, numa nação cada vez mais próspera e justa. Consideramos, entretanto, oportuno e necessário esclarecer o que segue, no que se refere à ideologia de gênero, nos Planos Municipais de Educação:
A discussão dos Planos Municipais de Educação, deveria ser orientada pelo Plano Nacional de Educação (PNE), votado no Congresso Nacional e sancionado em 2014 pela Presidente da República, do qual já foram retiradas as expressões da ideologia de gênero.
Os projetos enviados aos Legislativos Municipais incluíram novamente, em suas propostas, a ideologia de gênero, como norteadora da educação, tanto como matéria de ensino, como em outras práticas destinadas a relativizar a natural diferença sexual.
A ideologia de gênero, com que se procura justificar esta “revolução cultural”, pretende que a identidade sexual seja uma construção exclusivamente cultural e subjetiva e que, consequentemente, haja outras formas igualmente legítimas de manifestação da sexualidade, devendo todas integrar o processo educacional com o objetivo de combater a discriminação das pessoas em razão de sua orientação sexual.
A ideologia de gênero subverte o conceito de família, que tem seu fundamento na união estável entre homem e mulher, ensinando que a união homossexual é igualmente núcleo fundante da instituição familiar.
As consequências da introdução dessa ideologia na prática pedagógica das escolas contradiz frontalmente a configuração antropológica de família, transmitida há milênios em todas as culturas. Isso submeteria as crianças e jovens a um processo de esvaziamento de valores cultivados na família, fundamento insubstituível para a construção da sociedade.
Diante dessa grave ameaça aos valores da família, esperamos dos governantes do Legislativo e Executivo uma tomada de posição que garanta para as novas gerações uma escola que promova a família, tal como a entendem a Constituição Federal (artigo 226) e a tradição cristã, que moldou a cultura brasileira.
Pedimos ainda que seja cumprido o que dispôs o Conselho Nacional de Educação, através da Câmara de Educação Básica, que, dispõe que o ensino religioso integra a base nacional comum da Educação Básica (na resolução número 4, de 13/07/2010, em seu artigo 14, § 1, letra F).
Seja, pois, incluído nos Planos Municipais de Educação o ensino religioso, em sintonia com a confissão religiosa da família, que tem filhos na escola.
Queremos também solidarizar-nos com todos os que sofrem discriminação na sociedade. Que as escolas ofereçam uma educação que valorize a família e a prática das virtudes, acolhendo bem a todos, seja qual for a orientação sexual.
Deus abençoe a todos que trabalham na educação das crianças, adolescentes e jovens.
Aparecida, 11 de junho de 2015.

Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer
Presidente do Conselho Episcopal Regional Sul 1 – CNBB

 Dom Moacir Silva
Vice-Presidente do Conselho Episcopal Regional Sul 1 – CNBB

 Dom Tarcísio Scaramussa
Secretário do Presidente do Conselho Episcopal Regional Sul 1 – CNBB




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